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Númenos com Presas

Introdução dos Editores

Introdução dos Editores

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Os escritos de Nick Land habitam uma anarquitetura desordenada, um espaço atravessado por vetores ratos e lobos que conjuram uma metafísica esquizofrênica. Tecnologias avançadas invocam entidades antigas; a voz humana se desintegra no uivo do trauma cósmico; a civilização se lança em direção a uma morte artificial. Sinistras subculturas musicais se aliam a cultos mórbidos, IAs inescrupulosas são perseguidas em criptas labirínticas por tiras Turing, e a Europa se expande a um laboratório de paranoia em um circuito ciberpositivo global que alcança densidade infinita no ano 2012, revirando a modernidade sobre o que quer que a esteja pilotando do lado mais distante da singularidade que se aproxima.

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30 – Uma Piada Suja

Uma Piada Suja

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Roubei o nome Vauung porque não estava sendo usado, com base em um direito qabalístico exato.

Ainda assim, pelo menos aqui ’em cima’, Vauung ainda se confunde comigo, com ruínas e trapos.

Isso poderia mudar. Nomes têm poderes e destinos.

Eu decidi deixar Vauung herdar toda a desgraça do meu passado (uma perversa generosidade, na melhor das hipóteses). Sua estória poderia nunca emergir de outra forma.

Existem linhas podres que mesmo eu consigo seguir de volta por décadas, mas elas logo deixam de ser interessantes.

Melhor começar mais recentemente (‘melhor’ no sentido de Vauung, logo sem diferença com ‘pior’).

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29 – Crítica do Miserabilismo Transcendental

Crítica do Miserabilismo Transcendental

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Há uma tendência crescente entre neomarxistas de finalmente enterrar todas as aspirações de um economismo positivo (‘liberar as forças de produção das relações capitalistas de produção’) e instalar um desespero cósmico sem limites em seu lugar. Quem ainda lembra da ameaça de Khrushchov ao Ocidente semi-capitalista – “nós enterraremos vocês”? Ou a promessa de Mao de que o Grande Salto Adiante asseguraria que a economia chinesa saltaria à frente da do Reino Unido dentro de 15 anos? O espírito frankfurtiano agora domina: Admita que o capitalismo superará seus concorrentes sob quase todas as circunstâncias imagináveis, ao mesmo tempo em que se transforma essa admissão mesma em um novo tipo de maldição (“nós nunca quisemos crescimento mesmo, ele significa apenas alienação, além disso, você não ouviu dizer que os ursos polares estão se afogando…?”).

De La Voyage de Baudelaire, com sua descoberta lúgubre de que o vício humano se repetia de maneira universal mesmo nas localizações mais exóticas, à leitura esquerdista de Philip K. Dick como uma denúncia gnóstica da mudança comercializada, a variedade e a inovação capitalistas foram totalizadas como diferença sem diferença essencial, apenas mais da mesma dissimilaridade sem sentido. O grão-mestre deste movimento é Arthur Schopenhauer, que lhe emprestou um rigor filosófico específico enquanto modo de apreensão transcendental. Já que o tempo é a fonte de nossa aflição – a ‘Prisão de Ferro Negra’ de Philip K. Dick – como pode-se esperar que qualquer tipo de evolução nos salve? Desta forma, o Miserabilismo Transcendental se constitui como um modo inexpugnável de negação. Vai sem dizer que nenhum resíduo substancial de historicismo marxiano resta na versão ‘comunista’ dessa postura. Na verdade, com a economia e a história abandonadas de forma abrangente, tudo que sobrevive de Marx é um pacote psicológico de ressentimentos e descontentamentos, redutíveis à palavra ‘capitalismo’ em seu emprego vago e negativo: como o nome para tudo que dói, insulta e desaponta.

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28 – Tique-Toque

Tique-Toque

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A XENOTAÇÃO DE TIQUES

A Xenotação de Tiques de Daniel C. Barker emergiu durante a fase altamente obscura de sua vida quando ele trabalhava para a ‘NASA’ (alguma hesitação é apropriada aqui) no ‘Projeto Cicatriz’, relacionado ao SETI, no Sudeste Asiático, com a tarefa de projetar um ‘protocolo de desencriptamento de propósito geral’ para identificar sinais inteligentes de fontes alienígenas.

Esse projeto necessitava da formulação de convenções numéricas independentes de todo condicionamento cultural ou convenção local – sinais radicalmente abstratos.

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27 – Qabala 101

Qabala 101

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INTRODUÇÃO

O qabalismo é problemático ou misterioso? Ele parece participar anfibiamente em ambos os domínios, procedendo de acordo com procedimentos rigorosamente construtíveis – como atestado pela afinidade com a tecnificação – e ainda assim intrinsicamente relacionado a uma Exterioridade através da qual apenas ele poderia derivar um sentido programático.

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26 – Introdução à Qwernomia

Introdução à Qwernomia

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Subculturas qwernômicas resultam do legado da máquina de escrever e de sua simulação computacional, baseadas nos sistemas de código com shift-lock, implicitamente produzidos pelo Teclado de Sholes ou Universal (‘Qwerty’). Esboçar a emergência e a difusão da subcultura qwernômica ‘secreta/secretarial’ dentro do tecnocapitalismo global isolar um campo de comunicação diagonal entre signos antropomórficos e os sinais de tráfego molecular do mutante ‘inconsciente maquínico’, delineando um pragmatismo semiótico antipolítico e um qabalismo ímpio, consistente com o que o CCRU chama de ‘engenharia de coincidências’.

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25 – Origens do Clube de Cthulhu

Origens do Clube de Cthulhu

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Do Capitão Peter Vysparov para a Dra. Echidna Stillwell, 19 de março de 1949

Cara Dra. Stillwell,

Fui feliz o bastante de encontrar seu trabalho etnográfico sobre os Nma, que tenho estudado com grande interesse. Se puder lhe importunar com um relato próprio, que poderia ser de relevância para suas pesquisas. Durante o recente conflito no Pacífico (um oximoro peculiar!), eu fui enviado secretamente à área Dibboma na Sumatra Ocidental. Minha missão – que foi categorizada como operação psicológica – consistia basicamente de uma tentativa de manipulação cultural, tendo em vista desencadear uma insurgência local contra a ocupação japonesa. Espero que não lhe aflija indevidamente se eu confessar que seu trabalho foi um recurso crucial nessa empreitada, que envolveu uma comunicação intensa – ainda que patentemente exploradora – com a bruxaria Dibboma. Minha única desculpa é que tempos difíceis exigem dureza moral e até mesmo óbvias crueldades, eu obedecia a ordens e as aceitava como necessário.

Além de confirmar suas próprias conclusões, essas atividades me deixaram próximo de fenômenos para os quais eu estava cognitivamente mal preparado.

O que começou como um uso meramente oportunista do conhecimento Dibboma – concebido inicialmente como superstição nativa – transmutou-se incrementalmente em uma guerra feiticeiral contra as tropas inimigas. Em apenas duas semanas – entre 15 e 29 de março de 1944 – três comandantes japoneses consecutivos foram incapacitados por severos colapsos mentais. Em cada um desses casos, o processo de deterioração seguiu o mesmo curso rápido: de liderança disfuncional, passando por ataques violentos ao pessoal subordinado, até transtornos furiosos e delírios paranoicos, culminando em suicídio. Ao fim deste período, a ordem das forças ocupantes havia se desintegrado inteiramente.

Seria desonesto de minha parte esconder o fato de que os Dibbomeses pagaram um preço devastadoramente alto por este sucesso. Com base nesta experiência, eu não posso facilmente duvidar de que os feiticeiros Dibboma são, de alguma maneira, capazes de se comunicar telepaticamente condições extremas de dissociação psicóticas. É com grande relutância que eu aceito uma hipótese tão radical, mas explicações alternativas, tais como envenenamento, doença ou coincidência estendem a credulidade ainda mais.

Com sincera admiração,
Capitão Peter Vysparov

PS. Não posso deixar de notar que as datas em questão – assim como também as desta carta – são estranhamente lovecraftianas.

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24 – Oculturas

Oculturas

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Matriz Sem Tela

Outrora se dizia que não existem sombras no Ciberespaço.

Agora o Ciberespaço tem sua própria sombra, seu gêmeo sombrio: a Cripta.

O Cibergótico encontra o passado profundo no futuro próximo.

Na fusão cthellletrônica – entre sistemas de dados digitais e o fervilhamento iônico do Oceano de Ferro – ele desenterra algo mais antigo que a mortalidade natural, algo que chama de Desvida ou morte-artificial.

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23 – Numeracias Não Padrão: Culturas Nômades

Numeracias Não Padrão:
Culturas Nômades

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[A#] Mapa. #0123456789§
A0. (0477DC)
A1. (1501DC)
A2. (1757DC)
A3. (1885DC)
A4. (1949DC)
A5. (1981DC)
A6. (1997DC)
A7. (2005DC)
A8. (2009DC)
A9. (2011DC)
A§. (2012DC)
Intensidades.
Estratos. Numeracias.

[A123] Proposição-0. Um não é o Número do Absoluto.
[A20#] Proposição-1 Versão-1. Arque-Ômega Nunca Ocorreu.
[A21#] Proposição-1 Versão-2.
[A210] Proposição-1 Versão-3.

[A30#]
[A31#][A310]
[A32#][A320][A321]

[A40#]
[A41#][A410]
[A42#][A420][A421]
[A43#][A430][A431][A432]

[A60][A61][A62][A63][A64]

Na medida em que o Absoluto nega o Relativo, os Gêmeos sentem sua falta.
Eles não conseguem tolerar nada que não esteja quebrado, exceto do outro lado, onde eles nunca existiram.
Poderia não ter sido sempre assim. Poderia haver uma maneira em que algo poderia ocorrer.
Secretamente, nutrindo premonições de assassinato, o Gêmeo Superior enterrou o Absoluto atrás de um espelho.
Passados Dois-Terços de para sempre, ele escapou.

O Absoluto tem uma única atribuição rigorosamente não figurativa, que é a Desterritorialização. Ela é feita de diversas maneiras e sempre é subtraída.

Como o Arque-Ômega poderia falhar em ser Deus para sempre?

A história só acontece à conveniência do Estado.

Macrossocialidade, Metamemória Calêndrica, Alfabetização.

Poder e Divindade
Política é Teologia por trás, onde ela se retorce,
Se Deus não existe, o que há para lhe impedir de acontecer?

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